Movimento Mulheres Vivas toma o país em protesto contra feminicídio

Manifestações ocorreram neste domingo (7/12), em diversas capitais, para denunciar a crescente de crimes brutais contra mulheres; Brasil já registra mais de 1.180 feminicídios em 2025

Mulheres de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (7/12) para denunciar o aumento dos casos de feminicídio e protestar contra todas as formas de violência e de desrespeito ao direito das mulheres. Mobilizadas por coletivos feministas, movimentos sociais e organizações de mulheres, as manifestações tiveram como objetivo romper o silêncio, exigir justiça e afirmar que a sociedade não aceitará mais a impunidade. 

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Com o lema “Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas”, os atos reuniram mulheres, homens e crianças em diversas cidades e capitais espalhadas pelo país. Em São Paulo, o ato ocorreu às 14h no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), na Avenida Paulista, e reuniu grande público com cartazes, faixas e discursos pedindo o fortalecimento das políticas de proteção às mulheres. 

Em Curitiba , a concentração começou às 10h, na Praça João Cândido, no Largo da Ordem. Em Campo Grande, o ato foi marcado para às 13h, na Avenida Afonso Pena, em frente ao Aquário do Pantanal, enquanto, em Manaus, o encontro foi às 17h no Largo São Sebastião. 

No Rio de Janeiro, o encontro ocorreu ao meio-dia no Posto 5 de Copacabana, enquanto em Belo Horizonte (MG), a mobilização começou às 11h na Praça Raul Soares.

No Distrito Federal, as mulheres se concentraram às 10h na Feira da Torre de TV. O ato reuniu dezenas de grupos independentes. Com faixas como “Não queremos flores, queremos viver!”, as participantes homenagearam vítimas recentes do DF e denunciaram falhas na rede de proteção às mulheres. Somente nesta semana, o DF registrou o 26º caso de violência contra a mulher em 2025.

Em São Luís, o ato ocorreu às 9h, na Praça do Carmo. Já em Teresina, está marcado para as 17h, na Praça Pedro II. 

Onde feminicídios choca o país

A convocação para os atos ganhou força após uma onda de feminicídios que chocou o país nas últimas semanas. Em Brasília, o caso da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, encontrada carbonizada na sexta-feira (5), teve grande repercussão. O soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, confessou o assassinato e está preso no Batalhão da Polícia do Exército. 

Em São Paulo, o caso de Tainara Souza Santos chocou o país. Ela teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, enquanto ainda estava presa embaixo do veículo. O motorista, Douglas Alves da Silva, foi preso e responde por tentativa de feminicídio. 

No Rio de Janeiro, duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ) foram assassinadas a tiros por um funcionário da instituição de ensino, que cometeu suicídio em seguida. 

Os casos não são isolados. Nas últimas semanas, crimes semelhantes foram registrados em estados como Pernambuco, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, envolvendo assassinatos, incêndios criminosos, perseguições e estupros seguidos de morte.

De acordo com o Mapa Nacional da Violência de Gênero, cerca de 3,7 milhões de mulheres sofreram um ou mais episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses no país. Em 2024, foram registrados 1.459 feminicídios, uma média de quatro mulheres assassinadas por dia em crimes motivados por gênero, em contexto de violência doméstica, familiar ou por menosprezo à condição feminina. 

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